segunda-feira, 29 de junho de 2009

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Vincent Gallo

Buffalo '66

Existem diversas maneiras de se fazer filmes independentes. Existe também uma discussão em torno desse tipo de cinema. O que leva um filme a poder ser chamado de independente? Vincent Gallo, que em seu último filme foi - além de diretor - roteirista, montador, produtor, diretor de fotografia, diretor de arte, ator principal, além de diversas outras funções menores, não poderia estar enquadrado em uma outra categoria, afinal, ele parece não ter dependido de muita coisa para realizar seu filme.

O filme em questão é Brown Bunny, de 2003, que se tornou famoso mundo afora pela sua polêmica cena final contendo sexo oral explícito entre o próprio diretor e a renomada atriz de filmes independentes Chlöe Sevigny. O que pouca gente viu foi que ali havia um grande filme além da famigerada cena.

O diretor também é músico, com vários álbuns gravados, e ator conhecido do circuito alternativo, já tendo trabalhado com diretores respeitados como Martin Scorsese (Taxi Driver), Emir Kusturica (Underground), Claire Denis (Desejo e Obsessão) e, mais recentemente, Francis Ford Coppola, em seu novo filme, Tetro.

Gallo chegou a fazer dois curtas-metragens antes de realizar seu primeiro filme, em 1998, Buffalo ’66, o qual também escreveu e compôs a trilha sonora, além de atuar no papel principal, como o emblemático Billy Brown. No filme, o diretor americano filma a vida de um jovem errante que quer vingança, mas que encontra uma grande barreira no caminho. Uma premissa bastante convencional, mas que em sua execução torna-se uma obra única.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Thomas Vinterberg



Sendo um dos grandes precursores do movimento Dogma 95, Thomas Vinterberg pode ser considerado (juntamente com Lars Von Trier) um dos diretores da década de 90 que melhor tirou proveito dos recursos estéticos do Dogma, levando seu filme, Festa de Família a se tornar um dos grandes representantes desse movimento cinematográfico, com poucos recursos de efeitos e lidando com o cinema mais como narrativa do que necessariamente uma arte mais plástica e estética em termos de efeitos visuais, na história de um almoço em família e suas diversas colisões.

Devido ao sucesso da polêmica de Festa de Família, o diretor dinamarquês conseguiu fazer filmes com atores reconhecidos mundialmente, levando suas obras até mesmo a outros públicos que não o conheciam nos tempos do Dogma, inclusive fazendo vinhetas publicitárias e videoclipes (como o Blur). Com Claire Danes e Joaquin Phoenix, realizou Dogma do Amor (It's All About Love), uma ficção apocalíptica de amor - o filme recebeu críticas mornas, tanto do público como dos críticos especializados.

Em 2005, dirigiu o roteiro de seu companheiro de movimento, Lars Von Trier, Querida Wendy - com Jamie Bell, que diferente de Dogma do Amor, foi melhor recebido. Para o próximo ano, Vinterberg finaliza seu recente projeto, Submarino, uma adaptação de um livro que fala sobre a relação de irmãos e drogas.

sábado, 20 de junho de 2009

John Cameron Mitchell

Hedwig

Acostumado ao teatro e a papéis pequenos em produções cinematográficas de pouca significância, John Cameron Mitchell deteve todas as atenções com seu debut como diretor e roteirista nas telas através de Hedwig and the Angry Inch (que será exibido dia 23). Produção de 2000, o filme é uma adaptação de um musical off-broadway sobre um transexual (quase transgênero) alemão que decide fazer uma cirurgia de mudança de sexo - que acaba sendo malsucedida - para se lançar nos Estados Unidos como um rockstar. John Cameron atua, dirige e roteiriza.

Já se anunciando em entrevistas um grande influênciado por John Cassavettes, Robert Altman e Emir Kusturica, Cameron Mitchell ainda se considera um amante e seguidor do 'cinema livre' de seus colegas, Gus Van Sant e Todd Haynes, ambos que assim como o diretor lidam em algum ponto, com o cinema como um viés da liberdade e variedade sexual. Para Hedwig sua inspiração veio de um conto de Platão, seu pai - que foi um sargento alemão, sua babá alemã - que parecia Marlene Dietrich, Ziggy Stardust e Farrah Fawcett.

Nos filmes do diretor prevalecem sempre a rica direção de arte e trilha sonora que reúne músicos reconhecidos do circuito musical independente e alternativo. Além de Hedwig, John Cameron lançou somente outro longa, Shortbus. Extremamente polêmico, a premissa do diretor era fazer um filme sobre a sexualidade numa história que se passa em uma casa de orgia, interligando várias histórias de pessoas insatisfeitas com o que as rodeia.

Atualmente, Mitchell filma seu mais novo filme, uma adaptação de uma peça da broadway chamada, Rabbit Hole. O filme, de pequeno orçamento, é produzido e estrelado por Nicole Kidman e Aaron Eckhart, um casal que tenta reencontrar a vontade de viver após a perda de seu filho. Apesar da trama mais simples, John já disse em Cannes em uma entrevista, que pretende manter suas origens no filme, utilizando-se muito de desenhos, animações e artes plásticas que tanto lhe influenciaram em seus dois filmes anteriores. O lançamento está previsto para 2010.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Michael Haneke

Violência Gratuita

Famoso por dirigir alguns dos filmes mais controversos e perturbadores dos últimos anos, Michael Haneke, ganhador da Palma de Ouro de melhor filme por A Fita Branca no Festival de Cannes em maio deste ano, é hoje considerado um dos mais importantes realizadores em atividade.

Ficou conhecido mundialmente em 2001, quando A Professora de Piano foi lançado e tornou-se logo o seu maior sucesso, sendo muito aclamado pela crítica, que descobria ali um cinema de autor que pouco vinha se fazendo, e via uma continuidade na sua filmografia, que já era bem sólida na época.

Mas a carreira do diretor austríaco começou ainda nos anos 70, quando dirigia filmes para a TV. Somente em 1989 ele viria a lançar sua primeira obra para o cinema, O Sétimo Continente. Porém, seu filme que primeiro chamou a atenção foi O Vídeo de Benny, tratando de um assunto que já há muito tempo é amplamente discutido: a influência da televisão no comportamento das pessoas.

Nessa época, já mostrava que suas obras teriam uma continuidade, sempre abordando temas polêmicos como o suicídio, o sadomasoquismo e a violência em geral. Haneke levou tão a sério a ideia de que um cineasta repete sempre o mesmo filme (por mais que com histórias às vezes completamente diferentes) que refilmou plano a plano, em 2008, o que talvez seja o seu filme mais cultuado, Violência Gratuita, de 1997, com a única diferença de ser filmado nos Estados Unidos, com outros atores, e não na Áustria, como na primeira versão.

Além dos já citados, Michael Haneke ainda tem os seguintes filmes na sua filmografia: 71 Fragmentos de uma Cronologia do Acaso (1994), Código Desconhecido (2000), O Tempo do Lobo (2003) e Cachê (2005). Seu último filme, A Fita Branca, que se passa em um vilarejo na Alemanha pré-primeira guerra e tem fotografia em preto e branco, já tem distribuição garantida no Brasil pela Imovision, mas ainda não há previsão de estreia.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Karim Aïnouz

O Céu de Suely

Dos novos nomes que vêm surgindo no cinema brasileiro nos últimos anos, o de Karim Aïnouz pode ser considerado um dos mais promissores. O cineasta cearense começou a chamar atenção após o seu primeiro longa-metragem na direção, Madame Satã, ser selecionado para a prestigiada mostra Um Certo Olhar, em Cannes 2002. O filme também lançou o ator Lázaro Ramos, que atuou no papel-título e ganhou vários prêmios por sua interpretação.

Apesar de ser conhecido há pouco tempo, Karim já trabalha com cinema desde o início dos anos 1990, quando fazia curtas-metragens e chegou a ser assistente de montagem de filmes de importantes nomes do circuito alternativo norte-americano como Todd Haynes (Velvet Goldmine) e Tom Kalin (Savage Grace), ambos tendo seus filmes classificados como parte do chamado New Queer Cinema.

Ainda antes de Madame Satã, o diretor havia contribuído no roteiro de Abril Despedaçado, de Walter Salles e continuou com colaborações deste tipo quando ajudou a escrever Cidade Baixa, de Sérgio Machado e o elogiado Cinema, Aspirinas e Urubus, de Marcelo Gomes.

Em 2006, lança O Céu de Suely, que logo na estréia, no Festival do Rio, ganha os prêmios de melhor filme, diretor e atriz (para Hermila Guedes), que seriam os primeiros de uma longa carreira em festivais no mundo todo. O filme foi considerado por muitos como um dos melhores daquele ano, aparecendo em diversas listas da crítica especializada.

No ano passado, Karim, juntamente com Sérgio Machado, foi o idealizador da série para TV Alice e atualmente trabalha no roteiro para o filme baseado no livro O Doce Veneno do Escorpião, autobiografia de Raquel Pacheco, a Bruna Surfistinha, que será interpretada pela atriz Karen Junqueira. O filme ainda não tem previsão de lançamento.

terça-feira, 16 de junho de 2009

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Seja bem-vindo ao blog do projeto Matinê Alternativa, que tem como objetivo a exibição e debate sobre a produção audiovisual alternativa.